04. #PapoÍntimo com Gabriella Antici
Postado 25 de janeiro de 2024 em Papo Íntimo por Equipe Hope
Sandra Chayo recebeu Gabriella Antici no quarto episódio do podcast Papo Íntimo. A fundadora do Instituto Protea contou sobre a sua história pessoal de luta contra o câncer de mama e como isso a inspirou para criar a ONG que atende milhares de mulheres.
Quem é Gabriella Antici, fundadora da Protea?
A empreendedora Gabriela Antici, entrevistada por Sandra Chayo no quarto episódio do podcast Papo Íntimo, tem formação em economia pela PUC Rio. Desde a faculdade, começou a trabalhar na área financeira.
Aos 23 anos, ela decidiu ir para os Estados Unidos para fazer um MBA e teve a oportunidade de trabalhar no país, em empresas renomadas como Fidelity Investments e Goldman Sachs.
Carreira internacional
Ela ficou 15 anos fora e durante esse período, morou em cidades como Boston e Londres. Também conheceu seu marido, que é americano durante o MBA, além disso, teve seus filhos no exterior.
Como o diagnóstico de câncer de mama mudou a vida de Gabriella?
Quando ainda morava em Londres, Gabriella teve a notícia de que sua irmã mais nova, de apenas 34 anos, estava com câncer de mama.
Para prestar apoio, ela viajava todos os meses para o Brasil para acompanhá-la nas sessões de quimioterapia.
Foi, então, que ela começou a cogitar o seu retorno para o país em definitivo. Assim, conseguiu uma transferência para o escritório da Goldman Sachs.
Cinco anos depois, ela deixou a companhia e passou a trabalhar para atuar como gestora e sócia da Ace Gestão Global, que faz parte do conglomerado do empresário João Paulo Lemann.
Como foi para Gabriella descobrir o câncer de mama após o diagnóstico da irmã?
Anos depois de sua irmã ter passado pelo tratamento do câncer de mama, Gabriella teve o próprio diagnóstico, aos 48 anos.
Ela destaca que, embora tivessem registros de casos na família, ambas fizeram o teste genético para a doença, que deu negativo.
Gabriella conta que quando seu médico lhe deu a notícia, a irmã estava presente e lhe serviu como inspiração por sua história vitoriosa contra a doença.
Motivação para o tratamento
Como contou à Sandra Chayo, a notícia veio quando seu filho mais velho iniciou os estudos em uma universidade nos Estados Unidos.
Então, isso lhe serviu como motivação, porque queria estar presente na formatura, quatro anos depois. Sua relação com o esporte também foi positiva para enfrentar as etapas do tratamento.
Isso porque, cada sessão de quimioterapia era para ela como uma rodada em um campeonato de tênis, modalidade que praticou desde muito nova.
Reincidência da doença
Dois anos depois do primeiro diagnóstico, em um exame de rotina, constatou-se um novo nódulo. Dessa vez, Gabriella conta que passou por todo o processo de forma mais tranquila, até porque o estágio ainda era inicial.
Ela destacou também a importância da solidariedade que recebeu de amigos e até mesmo de desconhecidos quando esteve doente.
Como surgiu a ideia do Protea?
Gabriella contou que recebeu a ligação de uma amiga logo após passar pela cirurgia quando teve câncer de mama pela segunda vez.
Na ocasião, ela contou que a funcionária da amiga teve o mesmo diagnóstico, mas teria que esperar 6 meses pelo tratamento.
A disparidade de recursos tocou Gabriella, que teve a sorte de nas duas ocasiões, ter um tratamento rápido que permitiu sua recuperação.
Assim, começou a pensar na criação de uma ONG para tornar mais acessível à terapia para a cura da doença.
Como funciona a ONG?
O Protea surgiu como uma ONG que custeia parte do tratamento de mulheres com diagnóstico de câncer de mama, que teriam que enfrentar uma longa fila de espera no SUS.
Muito embora o Sistema Único de Saúde tenha parcerias com hospitais privados, no caso do tratamento do câncer, por exemplo, o repasse feito não cobre o custo de todo o processo.
Logo, a ONG firma parcerias com hospitais que possam atender essa demanda e cobre os custos para tornar a operação viável.
Como o perfil de gestão de Gabriella ajudou no projeto?
Desde o início do projeto, Gabriella procurou otimizar as etapas, para reduzir os custos para os hospitais e assim, conseguir atender mais pacientes.
Entre as medidas que implantou, está a redução no tempo entre a primeira consulta e o início do tratamento.
Dessa forma, há dois plantões de atendimento, logo, no mesmo dia a mulher passa pelo médico e faz os exames para confirmar se está com a doença.
Como destacou, apesar de ser uma ONG, ela gerencia como uma startup, ou seja, tem o foco na gestão e no planejamento para crescer de forma escalável.
Ainda, lembrou que após cinco anos do início do projeto, apenas 6 funcionários trabalham na administração.
Quais são as iniciativas que surgiram a partir do Protea?
Com a experiência do projeto foi possível notar que muitas pacientes chegam ao tratamento contra o câncer de mama já em estágio avançado. Diante disso, surgiram outras ações paralelas que visam acelerar o diagnóstico.
O primeiro deles é o Cuida Mamas, que pretende atuar em parceria com o Poder Público para tornar mais rápido o atendimento das mulheres.
Para isso, conta também com o apoio de empresas como a Roche e a Avon, que dão apoio técnico e financeiro.
A partir de uma consultoria realizada, foram definidas 8 soluções para colocar em prática e permitir um tratamento rápido ainda nos estágios iniciais da doença.
Uso de inteligência artificial
Outra medida inovadora que Gabriella conseguiu trazer para o projeto foi um mecanismo criado no MIT, que pode indicar a chance da mulher ter câncer de mama no futuro.
A tecnologia, que não está disponível sequer na rede privada nos Estados Unidos, está em fase de testes.
Em resumo, a partir das imagens da mamografia, o robô consegue projetar se a paciente tem maior ou menor risco de desenvolver a doença.
Essa iniciativa pode revolucionar a medicina quanto a prevenção, uma vez que a mulher ainda jovem pode saber se está propensa ao câncer nas mamas. Assim, pode realizar os exames preventivos com maior frequência.
Quais são as fontes de recursos do Protea?
O Protea subsiste, na maioria, de doações de empresas de todos os portes, além de pessoas físicas e eventos beneficentes. Mas, também possui parceiros que destinam a receita da venda de produtos para a causa.
A Hope, empresa da qual Sandra Chayo é diretora, aliás, criou uma linha de sutiãs, pensada em dar mais conforto e elevar a autoestima das mulheres após a cirurgia de mastectomia. O valor do lançamento foi revertido ao hospital parceiro.
Conheça mais sobre a ONG na entrevista completa do podcast clicando aqui. Por fim, para ficar por dentro dos novos episódios, siga também o Instagram @papointimo.podcast.