FOMO: como lidar com o medo de ficar de fora

Você já sentiu aquela ansiedade por não estar onde “todo mundo” parece estar, ou aquela necessidade de olhar o celular a cada cinco minutos com medo de perder algo? Se sim, você já passou pelo famoso FOMO — sigla para Fear of Missing Out. Ou, traduzindo de forma livre e direta: medo de estar perdendo alguma coisa.

O FOMO virou praticamente um efeito colateral da vida digital. Afinal, com redes sociais mostrando eventos imperdíveis, viagens dos sonhos e até o “look do dia” de quem você nem conhece, a sensação de que você deveria estar em outro lugar, fazendo outra coisa, é quase automática.

Mas, será que dá pra virar esse jogo e transformar essa pressão constante em liberdade?

Por que o FOMO impacta tanto o nosso bem-estar?

A verdade é que o FOMO mexe com a gente de um jeito mais profundo do que parece. Então, não é só sobre “querer participar” — é sobre pertencimento, aceitação e até autoestima. Quando a gente se compara o tempo todo, a sensação de estar “ficando pra trás” pode gerar frustração, ansiedade e até uma certa culpa por querer, simplesmente, descansar ou fazer o que der vontade.

Sendo assim, é importante entender que esse comportamento é comum, mas não precisa ser uma regra. Dessa forma, o primeiro passo é reconhecer que ninguém está 100% presente em tudo — e tudo bem. Além disso, as redes sociais mostram o que as pessoas escolhem mostrar: o destaque da semana, não o bastidor da vida real.

E mais, essa busca constante por estar “por dentro” pode nos afastar de momentos que realmente importam: uma conversa tranquila, uma leitura leve, um tempo off que recarrega as energias de verdade.

Como começar a reduzir o impacto do FOMO no dia a dia?

Em primeiro lugar, o segredo para lidar com FOMO está mais no como você se posiciona do que em tentar se desconectar do mundo.

Afinal, você não precisa sair das redes ou ignorar o que está rolando. Porém, pode mudar a forma como lida com tudo isso:

Reduza o tempo de comparação

Se uma conta no Instagram só te gera ansiedade, silenciar (ou deixar de seguir) é autocuidado, não frescura ou exagero.

Questione o que você realmente quer fazer

Você quer MESMO ir ao evento/festa/encontro/jantar ou está com medo de ficar de fora das conversas depois?

Crie seus próprios momentos especiais

Às vezes, ficar em casa com seu vinho favorito, maratonando uma série ou testando uma receita nova vale mais do que qualquer foto de feed.

Celebre o prazer de dizer não

Falar “não vou” pode ser uma sensação incrivelmente libertadora. Afinal, você está escolhendo o seu tempo e respeitando seu ritmo.

Existe um oposto do FOMO? Como funciona na prática?

Existe até um nome para isso: JOMO — Joy of Missing Out, ou seja, a alegria de estar de fora. Parece utopia? Talvez. Mas, a ideia aqui não é romantizar o isolamento, e sim valorizar as pausas, o tempo livre e o conforto de não precisar estar em todos os lugares, o tempo todo.

Por exemplo, você já reparou como certos momentos simples ganham outro valor quando você escolhe viver eles com presença total? Um domingo sem compromissos. Um jantar em silêncio. Uma noite sem rolar o feed antes de dormir.

Portanto, quanto mais você se reconecta com o que realmente te faz bem, menos espaço o FOMO ocupa na sua vida. Sendo assim, adotar o JOMO não significa perder interesse pelo que acontece, mas sim aprender a se priorizar.

Além disso, o medo de estar por fora não precisa ser seu grande inimigo. Ele só te mostra que você quer viver, experimentar, pertencer — e isso é super-humano. Então, o que muda tudo é a forma como você responde a esse impulso.

Você pode continuar acompanhando o mundo, mas sem deixar que ele dite suas escolhas, certo?

Foto de Capa: Samuel Regan-Asante na Unsplash/Reprodução.