53. #PapoÍntimo com Luiz Kignel

Luiz Kignel

No episódio 53 do Papo Íntimo, Sandra Chayo recebeu o advogado Luiz Kignel para um bate-papo cheio de aprendizados sobre herança, legado, conflitos e sucessão em empresas familiares. Então, com uma linguagem acessível, ele mostrou que planejamento sucessório vai muito além de testamento: é sobre cuidar da família, do patrimônio e da história construída.

Referência em Direito de Família e Sucessões, Luiz trouxe reflexões que ajudam a tirar o peso do tema e transformá-lo em uma conversa necessária para quem deseja um futuro organizado, sem conflitos e com mais afeto envolvido. Portanto, está imperdível – vem conferir tudo que rolou!

Por que Luiz Kignel defende que o planejamento sucessório deve começar cedo?

Logo no início da conversa, Luiz Kignel alerta: deixar para pensar na sucessão só quando a crise chega é um dos maiores erros que famílias empresárias cometem. Sendo assim, quanto mais cedo se começa a estruturar um plano claro e bem definido, menores são as chances de desentendimentos futuros entre herdeiros.

Além disso, ele ressalta que ainda existe muito tabu em torno do tema, principalmente porque envolve falar sobre morte. Porém, quando o assunto é tratado com maturidade e propósito, o planejamento sucessório pode ser uma das maiores demonstrações de cuidado com a família e com o legado construído.

Como Luiz Kignel propõe separar questões familiares e empresariais?

Um ponto forte da conversa foi a importância de separar o que é da família do que é da empresa. Dessa forma, em sua opinião, é comum que pais e mães tentem resolver tudo no afeto — e isso, muitas vezes, atrapalha. Afinal, ao invés de resolver, criam expectativas confusas, favoritismos e muita frustração.

Então, ele explica que o ideal é estabelecer papéis claros: na família, há espaço para o vínculo afetivo; na empresa, para o papel técnico e estratégico. Assim, ambos podem coexistir de forma saudável, desde que o planejamento esteja bem feito e comunicado com transparência.

Como incluir os filhos no processo sucessório sem gerar pressão?

Durante o episódio, Luiz Kignel compartilhou um insight poderoso: filhos devem ser incluídos no processo sucessório, mas não forçados a seguir o mesmo caminho. Afinal, nem todo herdeiro quer tocar a empresa da família — e tudo bem. Dessa forma, o importante é entender qual é a vocação de cada um e criar caminhos para isso.

Por exemplo, ele sugere a criação de fundos patrimoniais que permitam aos filhos empreenderem em outras áreas, sem comprometer a estrutura da empresa. Assim, todos se sentem respeitados e contemplados, mesmo que não sigam a mesma rota profissional dos pais.

Quais são os erros mais comuns em sucessões familiares?

Agora, Luiz Kignel pontua alguns erros frequentes, como:

  • Acreditar que tudo deve ser dividido igualmente, ignorando contextos e habilidades individuais;
  • Evitar conversas difíceis por medo de conflitos;
  • Ignorar a necessidade de um testamento bem elaborado;
  • Não considerar cônjuges, ex-cônjuges ou outros agregados no planejamento patrimonial.

Para ele, todos esses pontos podem ser evitados com diálogo, orientação jurídica e, principalmente, uma visão de longo prazo.

O que o testamento garante, segundo Luiz Kignel?

Ao contrário do que muitos pensam, o testamento não é um recurso apenas para idosos ou pessoas com doenças. Para Luiz Kignel, ele é um instrumento de organização patrimonial fundamental para qualquer pessoa com filhos, bens ou dependentes.

Então, ele explica que o testamento permite definir claramente quem receberá o quê, como será feita a divisão e quais regras devem ser respeitadas. Assim, isso reduz custos, tempo e — o mais importante — evita que conflitos emocionais se tornem jurídicos.

Como lidar com os “agregados” no planejamento sucessório?

Um dos momentos mais importantes do episódio é quando Luiz Kignel fala sobre “os agregados”. Por exemplo, nora, genro, ex-cônjuge, padrasto, madrasta: são relações que fazem parte da realidade de muitas famílias e que, muitas vezes, não são previstas no planejamento.

Além disso, o advogado lembra que, juridicamente, o vínculo com essas pessoas pode gerar consequências patrimoniais — principalmente em casos de união estável ou regime de bens não discutido. Por isso, o melhor caminho é prever essas possibilidades e incluir cláusulas protetivas no planejamento sucessório.

Qual o papel do legado no processo sucessório?

Aqui, Luiz Kignel diferencia dois conceitos que geralmente são tratados como sinônimos: herança e legado. Herança é o que se deixa em bens materiais. Legado é o que fica como ensinamento, cultura e propósito. Para ele, planejar uma sucessão não é apenas dividir patrimônio: é garantir que os valores da família e da empresa continuem vivos.

Portanto, essa visão humaniza o processo e convida pais, mães e fundadores de empresas a pensarem além do dinheiro. Qual cultura está sendo passada? Como os filhos estão sendo preparados? Existe diálogo? Existe clareza nas decisões?

Quais ferramentas Luiz Kignel recomenda para evitar conflitos familiares?

Algumas soluções que ele comenta durante o episódio incluem:

  • Acordo de acionistas: define regras internas da empresa para evitar disputas.
  • Protocolo familiar: documento que organiza decisões familiares relacionadas ao patrimônio.
  • Testamento com cláusulas específicas: ajuda a proteger o patrimônio e direcionar a sucessão com segurança.
  • Conselhos familiares: espaço regular de conversa entre os membros da família.

Todas essas ferramentas devem ser aplicadas de forma preventiva, não reativa. Então, quanto antes forem implementadas, maior a chance de sucesso.

Como iniciar esse processo dentro da sua família?

Por fim, Luiz Kignel deixa um recado para quem ainda não começou: não precisa ter todas as respostas. Em primeiro lugar, é importante abrir o diálogo. Os pais devem conversar com os filhos e o cônjuge, buscar apoio jurídico, entender a estrutura patrimonial existente e identificar o que ainda precisa ser organizado.

Além disso, o episódio mostra que falar sobre sucessão é, acima de tudo, falar sobre cuidado e continuidade. É um gesto de amor, de respeito pelo passado e de responsabilidade com o futuro.

Sendo assim, a entrevista com Luiz Kignel no Papo Íntimo é um convite para encarar a sucessão de um jeito mais humano, leve e prático. Afinal, ele mostra que, ao invés de evitar o assunto, o ideal é encarar de frente — com empatia, estratégia e diálogo.

Então, se você faz parte de uma empresa familiar, tem filhos, bens ou mesmo uma relação afetiva complexa, esse episódio é essencial. As famílias devem construir a sucessão em vida, participando ativamente do processo e entendendo que o legado vai muito além da herança.

Para ouvir o episódio completo, acesse o canal do podcast no YouTube!

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Nos vemos no próximo!

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