Mania de comparação: por que nos medimos tanto por outras pessoas?
Postado 23 de abril de 2025 em Comportamento por Ana Beatriz Cardo

Você está lá, de boa, rolando o feed… e de repente se pega pensando: “Como essa pessoa consegue dar conta de tudo e ainda estar com esse cabelo impecável às 8h da manhã?” Então, sem perceber, caiu mais uma vez na mania de comparação — esse hábito tão comum (e exaustivo) de se medir pelas conquistas, aparência ou rotina dos outros.

A verdade é que comparar faz parte da natureza humana. Afinal, desde crianças, aprendemos por meio da observação. Mas, quando essa comparação vira uma lente distorcida da nossa própria vida, ela pode gerar insegurança, ansiedade e aquele sentimento chato de insuficiência.
Sendo assim, a ideia aqui não é te dizer pra “simplesmente parar de se comparar” (a gente sabe que não é tão simples assim). Porém, vamos entender de onde vem essa tendência e, principalmente, como lidar com ela de forma mais leve e saudável.
Por que a mania de comparação é um hábito comum?
Com a rotina corrida e a hiper conexão das redes sociais, ficou ainda mais fácil cair nessa armadilha. Agora, a gente se compara com pessoas que nem conhece — influenciadores, celebridades ou até aquela colega de colégio que você não vê há 10 anos, mas que parece estar “vivendo o sonho”.
Sendo assim, a mania de comparação virou quase um reflexo inconsciente: abrimos o Instagram e começamos a medir nosso corpo, nosso sucesso, nosso relacionamento e até nosso café da manhã com base no que o outro posta.
No entanto, tem um detalhe importante: estamos nos comparando com uma versão editada da realidade. A comparação quase nunca é justa. Estamos vendo o palco do outro e julgando nossos bastidores.
Portanto, é preciso criar uma pausa consciente nessa dinâmica, porque ela acaba drenando nossa autoestima e colocando um peso desnecessário sobre tudo que fazemos.
Quais os impactos da comparação constante na nossa autoestima?
A resposta curta? Muitos. A resposta completa? A mania de comparação pode afetar a forma como nos enxergamos em praticamente todas as áreas da vida, como:
- Autoestima em baixa: ficamos sempre achando que estamos “atrasadas”, que deveríamos ser mais bonitas, mais magras, mais bem-sucedidas.
- Dificuldade de reconhecer conquistas: mesmo quando algo dá certo, achamos que não é suficiente porque alguém já fez “melhor”.
- Ansiedade e culpa: sentimos que estamos falhando por não alcançar o que, na verdade, nunca foi uma linha de chegada justa.
- Bloqueio criativo: a comparação pode até nos travar, nos fazer acreditar que não vale a pena tentar, já que alguém sempre vai fazer melhor.
Como lidar com a mania de comparação de forma mais leve?
A boa notícia: dá sim para reduzir a mania de comparação — e você não precisa virar uma monja do desapego pra isso acontecer. Por isso, já anota as dicas para começar hoje:
Pratique o autoconhecimento
Em primeiro lugar, entender seus valores e o que é importante para você ajuda a filtrar o que realmente importa.
Saiba o que te inspira x o que te paralisa
Nem toda comparação é ruim. Às vezes ela nos impulsiona. Mas, se estiver te travando, vale dar um passo atrás.
Filtre o que consome nas redes
Se tem perfis que te fazem se sentir insuficiente, silenciar é um simples ato de autocuidado.
Valorize suas pequenas vitórias
Celebrar o que você conquistou (mesmo que pareça simples) é um antídoto poderoso contra a comparação tóxica.
Tenha conversas reais
Trocar experiências com pessoas de confiança mostra que todo mundo tem altos e baixos — ninguém é tão perfeito quanto parece online.
Além disso, aceitar que o seu caminho é único é libertador. Dessa forma, a mania de comparação perde força quando a gente entende que cada pessoa tem seu ritmo, seus desafios e suas prioridades.
No fim das contas, o que importa é viver de forma alinhada com quem você é e com o que faz sentido para você. Sem pressa, sem fórmula pronta, sem se sabotar por um recorte bonito da vida alheia, combinado?
Foto de Capa: Samuel Cruz na Unsplash/Reprodução.