50. #PapoÍntimo com José Luis Fernandes
Postado 7 de abril de 2025 em Papo Íntimo por Júlia Miranda

O episódio do Papo Íntimo de hoje é muito especial para quem ama o empreendedorismo e também quer saber sobre a HOPE, já que o convidado de hoje é o CEO da empresa: José Luis Fernandes. O episódio conta a trajetória de José antes e depois da HOPE.
Como iniciou a trajetória profissional de José Luis Fernandes?
José fez economia na Unicamp na década de 70, e considera esse período um momento muito rico para sua história. Ele decidiu que queria trabalhar quando iniciou a faculdade, porque queria ter a sua independência. José foi, inclusive, professor de geografia. Ele também foi auxiliar de pesquisa durante todo o seu curso, reconhecendo a importância desse período de formação acadêmica.
Depois disso, José foi para o mercado financeiro e passou por dois bancos. E assim, ele pode trabalhar com análise de crédito e análise de investimentos. Essa oportunidade de trabalhar com diferentes empresas e modelos de negócios contribuiu muito para sua experiência. Mas ele ainda tinha uma inquietação: queria trabalhar com o mercado real.
Nessa época, as pessoas desejavam trabalhar no mercado financeiro, e ele tinha a vontade de ter uma experiência no mercado real, indo contra a maré. José reconhece que dois grupos de empresas foram muito ricos na sua trajetória profissional e também pessoal.
Quais foram as experiências profissionais mais relevantes para José Luis Fernandes?
José reconhece que dois grupos de empresas foram muito ricos na sua trajetória profissional e também pessoal. O primeiro foi Ioschpe-Maxion, um grupo bem diversificado na época, tendo como principal executivo Ivoncy Ioschpe já falecido. José relata o quanto ele era agressivo nos negócios e tinha uma análise muito rápida. Sandra reconhece o quanto é importante ter um bom líder, ainda mais no início da carreira.
Ele entrou como gerente financeiro e saiu de lá como superintendente financeiro de unidade de negócios. Ele conta que passou por momentos desafiantes que construíram sua habilidade profissional.
O segundo momento em que ele reconhece a importância, quando ele foi convidado para ser CEO da Caloi. Ele conta que era um momento novo e foi assim sua inserção no varejo. Da sua história na Caloi ele teve dois grandes aprendizados: dar mais atenção para a governança corporativa e lógica do mercado de varejo.
Qual iniciou a história de José com a HOPE?
José foi apresentado por Hélio, cunhado de Sandra, que já conhecia José e já conhecia sua habilidade profissional. José conta que a primeira impressão que ele teve ao entrar na HOPE foi a figura de Nissim Hara.
Ele conta que a princípio não entendeu muito qual o objetivo de Nissim, mas na segunda conversa que tiveram ele se propôs a ser um consultor e escreveu no papel aquilo que ele entendeu que eram as dores da empresa.
Uma semana depois, Nissim o chamou e disse que ele não havia entendido nada do que ele queria, mas assim começaram a trabalhar juntos. José conta que percebeu o quanto as filhas, incluindo Sandra, eram muito solidárias, cada uma seguindo o seu papel.
Apesar da vontade de fazer acontecer, ainda sentia que elas não estavam pensando em conjunto e com o tempo foram trabalhando isso juntos. Sandra reconhece que essa foi uma das principais contribuições de José, já que esse alinhamento evitou muitos conflitos e resolveu muitos problemas.
Além de conversar com várias pessoas da equipe, pediu diversos relatórios para entender qual era o funcionamento atual da empresa.
Qual foi o primeiro desafio de José na HOPE?
Foi um desafio bem operacional, segundo ele. Estava acontecendo a mudança do ERP da empresa e o clima estava muito ruim, com Nissim bastante insatisfeito e inseguro com esse processo. José então foi atrás de entender o passo a passo desse processo, e entendeu que faltava muito profissionalismo no dia a dia no acompanhamento do processo.
Sua decisão foi de reunir todos em uma sala para entender as demandas, e montaram um cronograma de execução. José diz que uma frase que sempre usa é “rito e ritmo” e a aplicação disso fez muita diferença no resultado do projeto.
Como surgiu a ideia da HOPE virar uma franquia?
Sandra conta que lembra que no momento da chegada de José, eles estavam em um dilema sobre a entrada da HOPE no varejo. Ela já pendia para o lado do varejo. José conta que quando olhou os relatórios percebeu o quanto a HOPE era dependente de lojas de departamento, especificamente de uma, e isso o assustou.
Ele também conversou com Sandra e entendeu um pouco mais sobre as necessidades do mercado. Sandra queria que as peças da HOPE pudessem chegar à quem quisesse comprar de forma mais fácil. E assim surgiu a ideia do e-commerce também.
José conta que outro fator que o incomodou muito nessa história, foi em um domingo à noite. Ele estava no shopping e foi até a loja de departamento em que era vendido HOPE, quando ele chegou, notou que haviam muitos produtos da HOPE jogados no chão.
Ele conta que chegou para Nissim e perguntou “Você já decidiu quando vai quebrar?” ele diz que foi uma frase de impacto, mas que realmente refletia sua inquietação quanto a dependência financeira da empresa. José apresentou a solução da franquia, mas Nissim tinha a ideia de fazer a venda direta e gostaria de seguir por esse caminho.
José deu a ideia de juntar as filhas e Nissim e decidir qual seria o rumo da empresa e pensar a longo prazo sobre uma estratégia. Nissim percebeu que a ideia das filhas, apesar de ir contra à sua opinião, eram pelo bem da empresa. Ele optou por seguir o caminho das filhas e essa ação reflete um altruísmo muito bonito.
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