37. #PapoÍntimo com Samuel Feldberg

Essa semana, Sandra Chayo recebe o renomado professor Samuel Feldberg para um Papo Íntimo muito necessário sobre a situação delicada que ocorre atualmente no Oriente Médio, correlacionando esses fatos atuais com os fatos históricos.

O episódio foi ao ar hoje, dia 07 de outubro de 2024, e por isso esse episódio torna-se muito relevante.

A data, infelizmente, relembra a tragédia que mudou a vida de tantos  judeus no mundo todo: os ataques terroristas contra Israel e onda de antissemitismo que surgiu a partir disso.  

Samuel é um grande especialista em Oriente Médio e o convidei para explicar o que motivou essa tragédia tão brutal.

Ele deixa claro que esse fato não afeta somente a vida dos judeus em Israel, mas afeta a todos os países que prezam pela liberdade e pela democracia e se essa situação permanecer, afeta o mundo todo. Fazendo um alerta a sociedade. 

Quem é Samuel Feldberg?

Samuel Feldberg é um especialista em Oriente Médio, professor da USP, formado em Israel em ciência política. Ele já trabalhou na área de exportação de papel, e aos 40 anos decidiu retornar à sua paixão.

Samuel fez mestrado e doutorado na USP e tem se dedicado a quase 30 anos a ensinar sobre o contexto internacional, principalmente sobre o Oriente Médio, e especializou-se em conflitos internacionais. 

Sandra relatou no episódio sobre o quanto aprendeu sobre o assunto depois dessa data tão triste que ocorreu nessa data no ano passado.

Anti-sionismo e anti-semitismo é a mesma coisa?

Ao ser questionado por Sandra, sobre sua visão sobre anti-semitismo e anti-sionismo, Samuel conta que depois do Holocausto, o termo genocído foi criado para definir o que ocorreu com os judeus na Europa. Depois desse evento, ficou claro que era politicamente incorreto praticar o antissemitismo. 

Muitas pessoas dizem que não tenha contra jdeus, mas não concordam com a existencia de um estado judeu, e a esse pensamento é dado o nome de anti-sionismo, e o o objetivo explícito é exterminar o estado de Israel. Então, ainda que sejam termos com significados diferentes, afetam e ofendem da mesma forma. 

Quanto à configuração atual do oriente médio, Samuel explica como ocorreu. O resultado da disputa entre as grandes potências depois da primeira guerra mundial é a criação dos estados nacionais que existem no oriente médio: o Líbano, a Síria, o Iraque e a Jordânia (anteriormente conhecida como transjordânia).

As disputas e conflitos interculturais entre os árabes e judeus naquela região se perpetuaram durante muito tempo. No episódio, Samuel explica de forma resumida, como se deram esses conflitos e a divisão dos estados. 

Israel é o único país democrático do ensino médio Sandra relembra no decorrer do episódio, que Israel abraça a diversidade e tem um respeito que não é recíproco.

Como o governo atual age em relação a essas causas?

Sandra relembra algumas ações do governo atual, que geram uma inconformidade pelo povo judaico, por ser declaradamente anti-semita. Por exemplo, o vice-presidente na época, que foi ao Irã para a posse do novo presidente e esteve ao lado de todos os líderes terroristas do Hezbollah. Entre outros eventos que foram citados no episódio. 

Samuel diz que estamos vivendo na época das mídias sociais. Mas não são todos que têm interesse em buscar a veracidade das informações, e muitas vezes são influenciadas pelo preconceito. E nesses casos, a divulgação das mídias é um agravante, porque o algoritmo afeta de forma severa o tipo de conteúdo que as pessoas recebem. 

Então, não há possibilidade de buscar por um sistema de informações equilibrado. Sandra ainda destaca que existem judeus de diversas opiniões e há muita diversidade. E existem judeus que são anti-sionistas, e isso,segundo Samuel, é perigoso, pois passam essa visão como se fosse algo generalizado sobre os judeus.  

O que podemos aprender sobre Israel com Samuel Feldberg?

Samuel traz um posicionamento importante de que a vida deve ser preservada e que a morte de qualquer civil é uma tragédia, mas a vida humana não deve ameaçar o seu semelhante. E que dizer que Israel está praticando um genocidio na Faixa de Gaza não faz sentido, e ninguém fala dos números. 

Ele ainda diz que o Hamas continua controlando a distribuição de comida na Faixa de Gaza. Os israelenses estão tentando eliminar esse controle que eles exercem sobre essa distribuição. Samuel relembra que, em uma guerra, quando os terroristas estão entre a população civil, a população civil também é vítima. 

São os efeitos dessas ações que geram uma opinião distorcida da realidade e que torna mais comum o anti-semitismo. E novamente, nesses casos, a mídia e as redes sociais têm um papel grande na disseminação dessas informações.

Como foi o contato de Sandra Chayo com o anti-semitismo? 

Sandra conta que há um tempo atrás, o anti-semitismo estava fora de sua realidade, e que a sociedade havia evoluído. Ela não achava que existia a necessidade de justificar o seu direito de existir, pois acreditava que isso era consolidado.

Infelizmente, depois do dia 7 de outubro do ano passado, ela começou a perceber o quanto isso afeta sua vida. E mais do que isso, sua realidade e o seu povo. E isso fez com que ela sentisse a necessidade de agir e trazer à tona esse assunto em suas redes sociais. 

Apesar de nunca estar envolvida em questões políticas e de nunca ter sido considerada ativista em nenhuma pauta, ela relata que sente que é seu dever agir em prol de seus valores e sua cultura.

Sandra diz que apesar de todos esses conflitos que existiram e ainda existem hoje, ela ainda acredita que ainda haverá paz! Samuel não é tão otimista quanto esse futuro de paz, e explica quais acreditam ser os próximos passos desses conflitos. 

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