Testosterona feminina e libido: qual é a relação?
Postado 14 de maio de 2025 em Bem-estar por Ana Beatriz Cardo

Quando ouvimos a palavra “testosterona”, é comum associarmos ao universo masculino. Mas, o que muita gente esquece é que a testosterona feminina também existe — e tem papel fundamental no corpo da mulher, principalmente quando o assunto é libido, energia e bem-estar.

Mesmo em quantidade bem menor do que nos homens, essa substância tem impacto direto em como nos sentimos, nos relacionamos e até em como percebemos nosso próprio desejo. Por isso, entender como ela funciona pode ser um divisor de águas para quem está tentando se reconectar com a própria libido (ou entender por que ela anda sumida).
O que é testosterona feminina e por que ela é importante?
A testosterona feminina é um hormônio produzido principalmente pelos ovários e pelas glândulas suprarrenais. Dessa forma, ela faz parte do grupo dos andrógenos, e apesar de não ser o hormônio dominante nas mulheres, tem várias funções importantes.
Além de atuar na libido, ela também influencia:
- A disposição física e mental;
- A manutenção da massa muscular;
- A densidade óssea;
- A sensação de prazer e bem-estar;
- A saúde da pele e dos cabelos.
Ou seja: ela tem um papel muito mais amplo do que só o desejo sexual. No entanto, por ser uma “coadjuvante silenciosa”, nem sempre é lembrada nos check-ups ou nas conversas sobre saúde feminina.
Testosterona feminina e libido têm mesmo uma ligação direta?
Sim! A relação entre testosterona feminina e libido é real e comprovada. Afinal, esse hormônio age diretamente nas áreas do cérebro ligadas ao prazer e à motivação. Por isso, quando os níveis de testosterona caem — o que pode acontecer por vários motivos — o desejo também tende a diminuir.
Porém, atenção: libido é um assunto multifatorial. Então, isso significa que o desejo sexual também pode ser afetado por estresse, cansaço, autoestima, relacionamentos mal resolvidos, uso de anticoncepcionais e até alimentação.
Portanto, nem sempre a queda da testosterona é a única responsável. No entanto, ela pode ser uma peça-chave que está faltando no quebra-cabeça da sua saúde sexual.
Quais sinais podem indicar baixa testosterona feminina?
Ficar atenta a algumas mudanças sutis (ou nem tão sutis assim) pode ajudar a identificar se algo está fora do eixo com a sua testosterona feminina. Dessa forma, alguns sinais comuns são:
- Diminuição do desejo sexual por longos períodos;
- Cansaço frequente, mesmo dormindo bem;
- Queda de cabelo ou afinamento dos fios;
- Perda de massa magra ou ganho de gordura abdominal;
- Irritabilidade, apatia ou queda no humor.
Agora, vale lembrar: nada disso substitui um exame hormonal e uma avaliação profissional. Então, se você se identifica com esses sintomas, o ideal é procurar um ginecologista ou endocrinologista para investigar com mais profundidade.
Como repor a testosterona feminina de forma segura?
Cada vez mais mulheres têm recorrido à reposição de testosterona feminina com orientação médica. A reposição pode ser feita em casos específicos e com acompanhamento rigoroso, já que o excesso do hormônio também pode trazer efeitos colaterais como acne, aumento de pelos e alterações no ciclo menstrual.
Além disso, algumas mudanças no estilo de vida também ajudam a manter a produção natural equilibrada:
- Praticar atividades físicas regularmente, especialmente musculação;
- Manter uma alimentação equilibrada, rica em gorduras boas e proteínas;
- Cuidar da saúde mental, reduzindo o estresse e buscando momentos de prazer;
- Dormir bem, já que o sono influencia diretamente na produção hormonal.
O que fazer se a libido anda baixa?
Em primeiro lugar, respira. Afinal, sentir a libido oscilando ao longo da vida é normal — e não tem nada de errado com você. O importante é observar quando esse estado se mantém por muito tempo e começa a impactar sua autoestima ou seus relacionamentos.
Conversar com um profissional, investigar causas hormonais (como a baixa de testosterona feminina) e, principalmente, se reconectar com o seu corpo sem julgamentos são caminhos importantes.
Além disso, práticas como o autocuidado, a masturbação consciente, o diálogo com o parceiro e o resgate do prazer em outras áreas da vida ajudam muito a reativar o desejo de dentro para fora.
Portanto, a testosterona feminina pode até ser discreta, mas tem um impacto gigante na nossa energia, disposição e conexão com o prazer. Se você anda se sentindo distante do seu desejo, vale investigar.
Foto de Capa: We-Vibe Toys na Unsplash/Reprodução.